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Datafolha indica vantagem de Lula para presidente e de Haddad para governador

Carolina Linhares, Joelmir Tavares

(FOLHAPRESS) – No eventual segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente obtém 54% dos votos, ante 37% do atual mandatário, segundo pesquisa Datafolha. Na rodada anterior do levantamento, em julho, o petista alcançava 55% e o rival tinha 35% na disputa direta.

A margem de erro do levantamento, feito de terça (16) a quinta-feira (18), é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O Datafolha ouviu 5.744 eleitores em 281 municípios. A pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-09404/2022.

Os resultados mostram que Lula e Bolsonaro mantêm a dianteira das preferências do eleitorado no primeiro turno: o petista marca 47% e o presidente registra 32%.

Segundo o Datafolha, nesse cenário Lula teria 51% dos votos válidos (que são os considerados para a definição do pleito), o que deixa em aberto a possibilidade de vitória do petista ainda em primeiro turno – considerando a margem de erro, ele tem hoje entre 49% e 53% dos válidos.

Caso se configure um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, a vantagem do ex-presidente é de 17 pontos sobre o adversário. Um percentual de 8% dos entrevistados votaria em branco ou anularia, e 2% não opinaram.

Na disputa direta, o petista abre vantagem maior dentro do eleitorado feminino. Ele marca 56% entre as mulheres, e 51% entre os homens. Já o atual chefe do Executivo confirma a preferência entre o público masculino, pontuando 39% entre os homens e 34% entre as mulheres.

Lula mantém a situação confortável no Nordeste, onde o placar é de 65% a 25%. A região abriga 27% dos brasileiros. A diferença é menor nas regiões Sudeste (52% a 37%) e Sul (47% a 45%). Em duas regiões, Bolsonaro está numericamente à frente: no Centro-Oeste (48% a 46%) e no Norte (48% a 47%).

O fator renda também interfere no desempenho. Lula bate 64% entre quem tem rendimento familiar mensal de até dois salários mínimos, ante 27% de Bolsonaro. Entre os mais ricos, com ganhos acima de dez salários, os valores são mais próximos (49% pró-Lula e 47% pró-Bolsonaro).

O petista está numericamente atrás do presidente nos grupos intermediários. Entre dois a cinco salários, Bolsonaro marca 47% e o rival, 45%. Entre cinco e dez salários, os percentuais são de 52% e 38%, respectivamente.

75% não mudariam o voto

A um mês e meio das eleições, a convicção do eleitorado sobre o voto a presidente da República está cada vez mais consolidada. Segundo a pesquisa Datafolha, 75% dos eleitores se dizem totalmente decididos sobre a opção que já tomaram -índice que era de 71% no levantamento anterior, em julho.

Os percentuais são ainda maiores se considerados apenas os entrevistados que apoiam os atuais favoritos da corrida ao Planalto – Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Entre os que declaram voto no petista, a certeza é de 83%; entre os que votam em Bolsonaro, a taxa é de 80%.

No quadro geral, 25% dizem que o voto ainda pode mudar até a data da eleição. Os percentuais de indecisão são superiores entre mulheres – 29% admitem reconsiderar a decisão, ante 21% dos homens – e entre jovens de 16 a 24 anos – nesse grupo, 36% respondem que ainda podem rever a escolha.

O Datafolha questionou o conjunto de eleitores que ainda não têm certeza absoluta do voto sobre que escolha fariam, dentro da lista de candidatos.

Ciro, mais uma vez, aparece como a segunda opção de voto mais frequente – 25% dos eleitores voláteis escolheriam ele. Lula seria o destino de 20%, Bolsonaro teria o apoio de 14%, e Tebet herdaria 5%.

Entre eleitores do ex-presidente que admitem a possibilidade de mudar de ideia, 38% apontam Ciro como o postulante com maior chance de receber seu voto. Uma parcela de 22% migraria para o atual mandatário.

Entre os que declaram apoio a Bolsonaro e ainda não se julgam inteiramente convictos, há uma divisão mais equilibrada: 30% respondem que iriam para Ciro, e 30% dizem que optariam por Lula.

Já no grupo de eleitores de Ciro que consideram repensar a decisão, o nome mais citado como alternativa é Lula. Uma fatia de 34% aponta o nome do petista, e 20% optariam por Bolsonaro. Tebet ficaria com 6%.

Líder em rejeição

O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue como o candidato mais rejeitado pelos eleitores, com 51% que declaram que não votariam nele de jeito nenhum, de acordo com a pesquisa.

O segundo candidato com maior índice de rejeição é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 37%. Em seguida vêm Roberto Jefferson (PTB) e Ciro Gomes (PDT), ambos com 25%.

A lista de rejeição tem ainda Eymael (DC, com 19%), Léo Pericles (UP, com 18%), Vera (PSTU, com 18%), Felipe d’Ávila (Novo, com 17%), Simone Tebet (MDB, com 17%), Soraya Thronicke (União Brasil, com 16%) e Sofia Manzano (PCB, com 16%).

Outros 2% rejeitam todos, enquanto 1% não rejeita nenhum, e 3% não sabem. Pablo Marçal (Pros) marcou 18%, mas sua candidatura foi retirada pelo partido.

O atual presidente lidera o índice de rejeição desde maio, com uma marca de 54% naquele mês, 55% em junho e 53% em julho -oscilações dentro da margem de erro. Lula também ocupa o segundo lugar desde maio, quando tinha 33% de rejeição, passando para 35% em junho e 36% em julho.

A rejeição de Bolsonaro cresce entre jovens de 16 a 24 anos (57%), mulheres (53%), quem tem ensino superior (54%), quem recebe até 2 salários-mínimos (57%), moradores do Nordeste (61%), pretos (63%), desempregados (62%) e estudantes (64%).

Já Lula vê seu índice de rejeição subir entre homens (40%), quem tem ensino superior (46%), quem tem mais de 60 anos (38%), quem recebe de 5 a 10 salários-mínimos (56%), quem mora no Centro-Oeste (50%), evangélicos (52%) e empresários (62%).

Os candidatos mais rejeitados – Bolsonaro, Lula, Jefferson e Ciro – são também os mais conhecidos pela população, já que existe uma relação entre esses quesitos. Lula é conhecido por 98%, Bolsonaro por 96%, Ciro por 87% e Jefferson por 38%.

Haddad na frente em SP

O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) está à frente na eleição para o Governo de São Paulo com 38% das intenções de votos, segundo o Datafolha.

Em seguida, aparecem o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 16%, e o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), com 11%.

Atrás deles estão Carol Vigliar (UP, 2%), Gabriel Colombo (PCB, 2%), Elvis Cezar (PDT, 1%), Vinicius Poit (Novo, 1%), Altino (PSTU, 1%) e Edson Dorta (PCO, 1%). Antonio Jorge (DC) não foi incluído na pesquisa por ter registrado sua candidatura após o registro da pesquisa. Brancos e nulos somam 17% e os indecisos, 11%.

A pesquisa Datafolha ouviu 1.812 pessoas em 72 cidades do Estado de terça (16) a quinta-feira (18). A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número SP-02170/2022.

Em 30 de junho, no levantamento anterior, Haddad tinha 34% e Tarcísio e Rodrigo estavam empatados, ambos com 13%. Os brancos e nulos eram 20%, e outros 9% declararam não saber em quem votar.

Mas o cenário era diferente, com outros pré-candidatos, e as pesquisas não são diretamente comparáveis.

Na pesquisa espontânea, Haddad marca 13%, Tarcísio chega a 8% e Rodrigo tem 3%. O contingente de eleitores que declara não saber em quem votar na pesquisa espontânea é de 57% -eram 72% na última pesquisa, no fim de junho.

Os números mostram que o cenário de segundo turno está indefinido, o que tem levado Tarcísio e Rodrigo a uma disputa paralela por uma vaga na segunda etapa da votação.

Haddad tem o ex-presidente Lula (PT) como padrinho, enquanto Tarcísio é o candidato de Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo. Ambos tentam replicar no Estado a polarização nacional – o Datafolha mostra que, entre os paulistas, o petista lidera com 44% contra 31% do presidente.

Já Rodrigo, que esconde o padrinho João Doria (PSDB) e tem se apoiado sobretudo no legado de Mário Covas (PSDB), busca evitar a nacionalização da campanha paulista e afirma ser contra a briga ideológica.

Num eventual segundo turno entre Haddad e Tarcísio, o petista vence o bolsonarista por 53% a 31%.

Haddad marca 51% e Rodrigo 32% num eventual segundo turno entre o petista e o tucano.

O candidato mais rejeitado em São Paulo é Haddad – 30% dizem que não votariam no petista. Em seguida aparecem Tarcísio (22%), Altino (21%), Gabriel (20%), Rodrigo (20%), Edson (19%), Elvis (19%), Poit (17%) e Carol (17%).

Os que rejeitam todos são 8%, enquanto 5% não rejeitam nenhum e 13% não sabem.

Haddad também é o mais conhecido – o único que é conhecido por mais da metade da população.

A pesquisa mostra que o nível de conhecimento dos candidatos pelo eleitor paulista é de 89% para Haddad, 35% para Tarcísio e Rodrigo, 10% para Poit e Gabriel, 8% para Edson e Altino, 6% para Elvis e Carol.

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