Uniformes com números errados, tamanhos incompatíveis, gêneros trocados e peças faltando. Essas são as principais reclamações das mães, pais e responsáveis por alunos das escolas municipais, sobre o recebimento de uma nova remessa das peças, no final do mês de junho, em uma página de escambo no Facebook. No endereço: https://bityli.com/TcLyJp, não é possível a venda, só a troca, e o total de pessoas buscando soluções para acertar a situação dos alunos cresce diariamente. Outra reclamação, além dos erros em relação ao que foi solicitado, é a falta de apoio, por parte de quem cometeu as falhas, de intervir e reverter a situação.
Uma das postagens com muitos acessos é da solicitação de uma mãe em busca de troca do conjunto de uniforme de numeração 14 masculino para um M feminino. De acordo com ela, que preferiu não se identificar, as roupas que recebeu para a filha, de 8 anos, não entravam na menina. Conseguiu trocar com outra mãe que reclamava o contrário; no entanto, ao receber as peças em tamanho M, percebeu que era uma numeração de adulto, que ficou muito grande para a filha.
Outra reclamação, além dos erros em relação ao que foi solicitado, é a falta de apoio, por parte de quem cometeu as falhas, de intervir e reverter a situação. (Foto: Secom Sorocaba)
Como conta, em novembro de 2021, quando foi fazer a rematrícula da filha, as funcionárias da escola pediram a numeração da criança, para a solicitação do kit. A mãe, prevendo que a filha pegaria o uniforme no início do ano, pediu numeração 14 feminino e, para a sua surpresa, ao receber o kit no final de junho, percebeu a confusão, ao receber um kit masculino e pequeno para a criança. Ao questionar a unidade sobre o erro, conta que, rispidamente disseram: “Foi o que a Prefeitura mandou”, finalizando a conversa e deixando claro que não haveria espaço para conversas ou negociações.
“Desisti, vou levar em uma costureira, diminuir as calças e as camisetas – que que ficaram nos joelhos –, os agasalhos; tudo ficou muito grande, ridículo. Vou arrumar para ela usar no ano que vem, já que deste ano eu comprei”, falou a mãe, que irá ajustar a roupa. Ela, que no início do ano comprou uniforme com auxílio social que recebe, ainda ficou feliz com a troca, pois as roupas da filha serviram para outra criança. “Pelo menos a outra criança vai ter o uniforme certo.”
De acordo com essa mãe, foram muitas as denúncias de erros. “Fomos lá, passamos os dados certinhos, e mandaram tudo errado. Foi um descaso total.” Outra coisa que não sabiam é que a numeração não era condizente ao tamanho que costumam comprar. “O uniforme M da minha filha veste bem um adulto”, apontou a mãe.
Outra mãe contou que, além do erro na numeração, faltaram peças. Ela terá que comprar o que falta, mas o que veio errado tentará trocar. “Não dá para pedir para trocar um número pelo outro antes de experimentar, pois a numeração está muito diferente”, disse.
TAMANHOS PEQUENOS
Em outra postagem, na mesma página, datada do dia 30 de junho, outros pais reclamam da numeração errada. Na maioria delas, há surpresa por terem solicitado o tamanho dos filhos, porém a modelagem era diferente ao padrão que estavam acostumados a comprar. Ao anunciar a solicitação da troca de um uniforme 12 para um 14, a mãe explica que o solicitado havia ficado “pequeno” para a criança. Em resposta, outras reclamações similares: “Oi boa noite, tenho o kit P adulto precisava maior não serviu no meu filho, muito apertado pra ele”; “Olá! Tenho o kit 16, preciso do P! Se alguém tiver para trocar”; “Boa tarde o kit de uniforme da minha filha veio errado eu queria um tamanho 8, o kit que quero trocar é tamanho 16 p”; “Olá! Preciso do 16. Tenho o 12 que por sinal é pequeno. Se interessar”, anunciam.
O PORQUE entrou em contato com a Secretaria de Educação (Sedu) da Prefeitura de Sorocaba, por meio da secretaria de Comunicação (Secom), no último dia 6, pedindo esclarecimentos sobre esses constantes erros e reclamações dos munícipes; como os pais e responsáveis devem proceder nesses casos; e se a empresa foi notificada sobre esses erros e esclareceu o motivo. Do mesmo modo, foi perguntado o montante de uniformes já entregues e o total já pago à empresa fornecedora. Até o momento, o município não respondeu a nenhuma das questões.
